domingo, 28 de fevereiro de 2010

O LOBO MAU E OS 300 PORQUINHOS

Ah, pois é meus meninos querem andar a brincar às corridas em dias de Temporal, incharam que nem uns porquinhos com o sopro do Lobo Mau.
Esta é a frase que me parece mais apropriada para o que se passou ontem em Arronches.
A febre do Duatlo está instalada e nem o Alerta Laranja da protecção civil fez o pessoal ficar em casa.
A equipa das "obras" da Câmara de Peniche deixou o leito materno às escuras com rajadas de 160 kms/h e ondas de 7 metros e foi num instantinho a terras de Alem Tejo vêr como é que estava o tempo e voilá um dia "lindo" com umas pitadas de pedraço e rajadas de vento um tudo ou nada abaixo dos 100 kms/h.
Em relação à prova propriamente dita, está visto que eram só malucos pois qualquer mortal com dois dedos de testa não se punha a andar de bicicleta naquelas condições, mas já me ia esquecendo, o Duatlo começa com uma corridinha, e deu jeito para aquecer pois como já se aperceberam o tempo estava "um tudo nada" agreste.
Fiquei surpreendido com a psicologia de grupo criada no momento de partida em que a vontade de partir na fila da frente e ao mesmo tempo manter o corpinho quente, conseguiu entalar todos em 10 m2, não me lembrava de tamanha façanha desde o tempo do concurso de televisão para meter 20 gajos dentro de um mini.
Soou a buzina e abriram as velas, o vento fez o resto, literalmente voámos nos primeiros 2 kms, até virarmos ao fundo de uma recta sem fim, o pessoal apoiava-se no Bidon para não cair, mas não evitavam desfrisar logo ali os caracois, os Sioux, bem podiam utilizar a técnica para arrancar escalpes, perante as novas condições de corrida tratei de esconder-me atrás de um "ARMÁRIO", até  o vento passar e chegar à transição, obrigado Cipriano ( o moço tem para aí 2 mts de altura por 1,5 de largo) .
Chegado à transição ála que os primeiros já vão longe, apesar de ser a subir com o vento pelas costas, pensei é rapaz estás cheio de força e segui com essa ilusão a 40 kms/ h até  nova sinalética de vento (percebi que a organização metia um bidonzinho e bastava contorná-lo para vir o sopro do lobo mau ), se na corrida o vento dava para arrancar o escalpe na bicicleta o requinte era muito maior pois as rajadas de vento vieram acompanhadas de umas pedritas pequenas que caíam do céu e arrancavam a pele da cara, sem querer dava por mim a fazer caretas com a boca de lado e a espumar-me da boca.
Nada de mais, pior só mesmo quando apanhava uns miúdos para aí de 45 kgs, que andavam aos SS´s na estrada a ver se conseguiam mandar alguém ao chão, mas como se diz a sorte proteje o menino e o borracho e lá chegámos sãos e salvos ao Parque de transição. Aí a tortura foi ainda mais dolorosa pareciam umas agulhas a picar-me os gémeos , mas fiz por esquecer-me delas, no entanto foi vê-los a passar por mim até à meta.
Como podem perceber valeu a pena fazer 300 kms para 1 hora a brincar ao sopro do Lobo Mau.

P.S. - A meio do segmento de ciclismo comecei a ouvir AI, AI ,AI, AI, pensei para mim, algum gajo mordido por um Javali acoçado pelo vento, afinal era um moço com umas caimbrãs, tsssssss, se não era melhor ficarem a fazer alongamentos na caminha ...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

DOI NÃO DOI

Nem sabem a sorte que têm ao ter dentes saudáveis.
Hoje apeteceu-me perguntar à dentista se por acaso ainda tinha algum dente sem ter sido tratado.
Parece que as caries são mesmo minhas amigas, por muito que escove e passe o fio dentário as moças teimem em não me largar.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Para todos os que se queixam ...

Estes pensamentos são de alguns dos homens mais geniais que por cá passaram, eles lá sabiam do que falavam, por vezes é bom relembrar...

Os maus queixam-se de todos, os bons de poucos, os melhores de ninguém ou de si próprios.

Ultrapassar os limites não é um erro menor do que ficar aquém deles.

Humildade é saber exactamente o que somos e o que valemos.

A próxima fronteira não está somente à tua frente, está dentro de ti.

Quanto maiores são as dificuldades a vencer, maior será a satisfação.

Falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de método.

No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade.

Há duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos homens.

Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a electricidade e a energia atómica: a vontade.

O azar não existe, Deus não joga dados.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

VICIO

Dei por mim a pensar que estou viciado no treino e a comparar-me a um toxicodepente que faz tudo para satizfazer o seu vicio.
Tal como um toxicodepente que consegue arranjar dinheiro sabe-se lá como, para comprar a sua dose diária eu estico o meu dia para arranjar tempo para treinar.
Muitas vezes é complicado conjugar trabalho, familia e treino mas com força de vontade e menos umas horas de sono faz-se tudo.
Basta focalizarmo-nos nestas 3 coisas o resto passa para quinto plano e vão ver que afinal ninguém se pode queixar de falta de tempo para treinar.
Perguntem-se quanto tempo, passam a ver televisão, em quanto tempo fazem as refeições, quanto tempo passam no café, e outras milhentas formas em que ocupam o vosso tempo, prescindam disso tudo e vão ver que afinal existe tempo para conjugar uma vida familiar o trabalho e o treino diário.
Nem sempre é fácil, às vezes furam-nos os planos, muitas vezes andamos cansados, mas acreditem se gostarem de treinar tanto quanto eu, andam felizes e realizados.
Só tenho uma forma de encarar os desafios é envolver-me a 200 %, é assim a nível profissional é assim em casa e não podia ser de outra forma no Triatlo.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

domingo, 14 de fevereiro de 2010

FRIO E SERRA



Hoje foi daqueles dias em que se distinguem os homens dos ratos !!!!
Frio, muito frio, o pequeno fio de "ranho" congelava criando uma estalactite mesmo por baixo do nariz.
Com estas condições pouco mais havia a fazer que ir à procura da sua toca bem no meio da serrania, havia que subir, subir e continuar a subir o vento soprava e teimava em empurrar para trás, mas afinal quem é que era mais teimoso...
Um cume após outro, as paisagens que encheram os olhos foram ficando para trás enquanto as pernas se enchiam de kms, a serra talha os homens, ensina-lhes a dureza e transporta-nos para um mundo onde a pedra domina e  o ar gelido enche-nos os pulmões.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

AS PORTAS QUE ABRIL ABRIU

Porque um povo que não conhece a sua história não pode sonhar com um futuro diferente, é bom lembrar que existe sempre alguém que resiste, é hora de dizer basta, não somos obrigados a ser subjugados por uma elite político partidária vergonhosa que se esconde atrás do segredo de justiça e de conversas do foro privado.
Hoje mais que nunca as palavras de José Carlos Ary dos Santos devem servir como Grito do Ipiranga


Era uma vez um país

onde entre o mar e a guerra

vivia o mais infeliz

dos povos à beira-terra.

Onde entre vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

um povo se debruçava

como um vime de tristeza

sobre um rio onde mirava

a sua própria pobreza.


Era uma vez um país

onde o pão era contado

onde quem tinha a raiz

tinha o fruto arrecadado

onde quem tinha o dinheiro

tinha o operário algemado

onde suava o ceifeiro

que dormia com o gado

onde tossia o mineiro

em Aljustrel ajustado

onde morria primeiro

quem nascia desgraçado.



Era uma vez um país

de tal maneira explorado

pelos consórcios fabris

pelo mando acumulado

pelas ideias nazis

pelo dinheiro estragado

pelo dobrar da cerviz

pelo trabalho amarrado

que até hoje já se diz

que nos tempos do passado

se chamava esse país

Portugal suicidado.



Ali nas vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

vivia um povo tão pobre

que partia para a guerra

para encher quem estava podre

de comer a sua terra.



Um povo que era levado

para Angola nos porões

um povo que era tratado

como a arma dos patrões

um povo que era obrigado

a matar por suas mãos

sem saber que um bom soldado

nunca fere os seus irmãos.



Ora passou-se porém

que dentro de um povo escravo

alguém que lhe queria bem

um dia plantou um cravo.


Era a semente da esperança

feita de força e vontade

era ainda uma criança

mas já era a liberdade.



Era já uma promessa

era a força da razão

do coração à cabeça

da cabeça ao coração.

Quem o fez era soldado

homem novo capitão

mas também tinha a seu lado

muitos homens na prisão.



Esses que tinham lutado

a defender um irmão

esses que tinham passado

o horror da solidão

esses que tinham jurado

sobre uma côdea de pão

ver o povo libertado

do terror da opressão.



Não tinham armas é certo

mas tinham toda a razão

quando um homem morre perto

tem de haver distanciação



uma pistola guardada

nas dobras da sua opção

uma bala disparada

contra a sua própria mão

e uma força perseguida

que na escolha do mais forte

faz com que a força da vida

seja maior do que a morte.


Quem o fez era soldado

homem novo capitão

mas também tinha a seu lado

muitos homens na prisão.

Posta a semente do cravo

começou a floração

do capitão ao soldado

do soldado ao capitão.


Foi então que o povo armado

percebeu qual a razão

porque o povo despojado

lhe punha as armas na mão.


Pois também ele humilhado

em sua própria grandeza

era soldado forçado

contra a pátria portuguesa.



Era preso e exilado

e no seu próprio país

muitas vezes estrangulado

pelos generais senis.



Capitão que não comanda

não pode ficar calado

é o povo que lhe manda

ser capitão revoltado

é o povo que lhe diz

que não ceda e não hesite

– pode nascer um país

do ventre duma chaimite.



Porque a força bem empregue

contra a posição contrária

nunca oprime nem persegue

– é força revolucionária!



Foi então que Abril abriu

as portas da claridade

e a nossa gente invadiu

a sua própria cidade.



Disse a primeira palavra

na madrugada serena

um poeta que cantava

o povo é quem mais ordena.



E então por vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

desceram homens sem medo

marujos soldados «páras»

que não queriam o degredo

dum povo que se separa.

E chegaram à cidade

onde os monstros se acoitavam

era a hora da verdade

para as hienas que mandavam

a hora da claridade

para os sóis que despontavam

e a hora da vontade

para os homens que lutavam.



Em idas vindas esperas

encontros esquinas e praças

não se pouparam as feras

arrancaram-se as mordaças

e o povo saiu à rua

com sete pedras na mão

e uma pedra de lua

no lugar do coração.



Dizia soldado amigo

meu camarada e irmão

este povo está contigo

nascemos do mesmo chão

trazemos a mesma chama

temos a mesma ração

dormimos na mesma cama

comendo do mesmo pão.

Camarada e meu amigo

soldadinho ou capitão

este povo está contigo

a malta dá-te razão.



Foi esta força sem tiros

de antes quebrar que torcer

esta ausência de suspiros

esta fúria de viver

este mar de vozes livres

sempre a crescer a crescer

que das espingardas fez livros

para aprendermos a ler

que dos canhões fez enxadas

para lavrarmos a terra

e das balas disparadas

apenas o fim da guerra.



Foi esta força viril

de antes quebrar que torcer

que em vinte e cinco de Abril f

ez Portugal renascer.



E em Lisboa capital

dos novos mestres de Aviz

o povo de Portugal

deu o poder a quem quis.



Mesmo que tenha passado

às vezes por mãos estranhas

o poder que ali foi dado

saiu das nossas entranhas.

Saiu das vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

onde um povo se curvava

como um vime de tristeza

sobre um rio onde mirava

a sua própria pobreza.



E se esse poder um dia

o quiser roubar alguém

não fica na burguesia

volta à barriga da mãe.

Volta à barriga da terra

que em boa hora o pariu

agora ninguém mais cerra

as portas que Abril abriu.



Essas portas que em Caxias

se escancararam de vez

essas janelas vazias

que se encheram outra vez

e essas celas tão frias

tão cheias de sordidez

que espreitavam como espias

todo o povo português.



Agora que já floriu

a esperança na nossa terra

as portas que Abril abriu

nunca mais ninguém as cerra.



Contra tudo o que era velho

levantado como um punho

em Maio surgiu vermelho

o cravo do mês de Junho.



Quando o povo desfilou

nas ruas em procissão

de novo se processou

a própria revolução.



Mas eram olhos as balas

abraços punhais e lanças

enamoradas as alas

dos soldados e crianças.



E o grito que foi ouvido

tantas vezes repetido

dizia que o povo unido

jamais seria vencido.



Contra tudo o que era velho

levantado como um punho

em Maio surgiu vermelho

o cravo do mês de Junho.



E então operários mineiros

pescadores e ganhões

marçanos e carpinteiros

empregados dos balcões

mulheres a dias pedreiros

reformados sem pensões

dactilógrafos carteiros

e outras muitas profissões

souberam que o seu dinheiro

era presa dos patrões.



A seu lado também estavam

jornalistas que escreviam

actores que se desdobravam

cientistas que aprendiam

poetas que estrebuchavam

cantores que não se vendiam

mas enquanto estes lutavam

é certo que não sentiam

a fome com que apertavam

os cintos dos que os ouviam.



Porém cantar é ternura

escrever constrói liberdade

e não há coisa mais pura

do que dizer a verdade.



E uns e outros irmanados

na mesma luta de ideais

ambos sectores explorados

ficaram partes iguais.



Entanto não descansavam

entre pragas e perjúrios

agulhas que se espetavam

silêncios boatos murmúrios

risinhos que se calavam

palácios contra tugúrios

fortunas que levantavam

promessas de maus augúrios

os que em vida se enterravam

por serem falsos e espúrios

maiorais da minoria

que diziam silenciosa

e que em silêncio fazia

a coisa mais horrorosa:

minar como um sinapismo

e com ordenados régios

o alvor do socialismo

e o fim dos privilégios.



Foi então se bem vos lembro

que sucedeu a vindima

quando pisámos Setembro

a verdade veio acima.



E foi um mosto tão forte

que sabia tanto a Abril

que nem o medo da morte

nos fez voltar ao redil.



Ali ficámos de pé

juntos soldados e povo

para mostrarmos como é

que se faz um país novo.



Ali dissemos não passa!

E a reacção não passou.

Quem já viveu a desgraça

odeia a quem desgraçou.



Foi a força do Outono

mais forte que a Primavera

que trouxe os homens sem dono

de que o povo estava à espera.



Foi a força dos mineiros

pescadores e ganhões

operários e carpinteiros

empregados dos balcões

mulheres a dias pedreiros

reformados sem pensões

dactilógrafos carteiros

e outras muitas profissões

que deu o poder cimeiro

a quem não queria patrões.



Desde esse dia em que todos

nós repartimos o pão

é que acabaram os bodos

— cumpriu-se a revolução.



Porém em quintas vivendas

palácios e palacetes

os generais com prebendas

caciques e cacetetes

os que montavam cavalos

para caçarem veados

os que davam dois estalos

na cara dos empregados

os que tinham bons amigos

no consórcio dos sabões

e coçavam os umbigos

como quem coça os galões

os generais subalternos

que aceitavam os patrões

os generais inimigos

os generais garanhões

teciam teias de aranha

e eram mais camaleões

que a lombriga que se amanha

com os próprios cagalhões.

Com generais desta apanha

já não há revoluções.



Por isso o onze de Março

foi um baile de Tartufos

uma alternância de terços

entre ricaços e bufos.



E tivemos de pagar

com o sangue de um soldado

o preço de já não estar

Portugal suicidado.



Fugiram como cobardes

e para terras de Espanha

os que faziam alardes

dos combates em campanha.



E aqui ficaram de pé

capitães de pedra e cal

os homens que na Guiné

aprenderam Portugal.



Os tais homens que sentiram

que um animal racional

opõe àqueles que o firam

consciência nacional.



Os tais homens que souberam

fazer a revolução

porque na guerra entenderam

o que era a libertação.



Os que viram claramente

e com os cinco sentidos

morrer tanta tanta gente

que todos ficaram vivos.



Os tais homens feitos de aço

temperado com a tristeza

que envolveram num abraço

toda a história portuguesa.



Essa história tão bonita

e depois tão maltratada

por quem herdou a desdita

da história colonizada.



Dai ao povo o que é do povo

pois o mar não tem patrões.

– Não havia estado novo

nos poemas de Camões!



Havia sim a lonjura

e uma vela desfraldada

para levar a ternura

à distância imaginada.



Foi este lado da história

que os capitães descobriram

que ficará na memória

das naus que de Abril partiram



das naves que transportaram

o nosso abraço profundo

aos povos que agora deram

novos países ao mundo.



Por saberem como é

ficaram de pedra e cal

capitães que na Guiné

descobriram Portugal.



E em sua pátria fizeram

o que deviam fazer:

ao seu povo devolveram

o que o povo tinha a haver:

Bancos seguros petróleos

que ficarão a render

ao invés dos monopólios

para o trabalho crescer.

Guindastes portos navios

e outras coisas para erguer

antenas centrais e fios

dum país que vai nascer.



Mesmo que seja com frio

é preciso é aquecer

pensar que somos um rio

que vai dar onde quiser



pensar que somos um mar

que nunca mais tem fronteiras

e havemos de navegar

de muitíssimas maneiras.



No Minho com pés de linho

no Alentejo com pão

no Ribatejo com vinho

na Beira com requeijão

e trocando agora as voltas

ao vira da produção

no Alentejo bolotas

no Algarve maçapão

vindimas no Alto Douro

tomates em Azeitão

azeite da cor do ouro

que é verde ao pé do Fundão

e fica amarelo puro

nos campos do Baleizão.

Quando a terra for do povo

o povo deita-lhe a mão!



É isto a reforma agrária

em sua própria expressão:

a maneira mais primária

de que nós temos um quinhão

da semente proletária

da nossa revolução.



Quem a fez era soldado

homem novo capitão

mas também tinha a seu lado

muitos homens na prisão.



De tudo o que Abril abriu

ainda pouco se disse

um menino que sorriu

uma porta que se abrisse

um fruto que se expandiu

um pão que se repartisse

um capitão que seguiu

o que a história lhe predisse

e entre vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

um povo que levantava

sobre um rio de pobreza

a bandeira em que ondulava

a sua própria grandeza!

De tudo o que Abril abriu

ainda pouco se disse

e só nos faltava agora

que este Abril não se cumprisse.

Só nos faltava que os cães

viessem ferrar o dente

na carne dos capitães

que se arriscaram na frente.



Na frente de todos nós

povo soberano e total

que ao mesmo tempo é a voz

e o braço de Portugal.



Ouvi banqueiros fascistas

agiotas do lazer

latifundiários machistas

balofos verbos de encher

e outras coisas em istas

que não cabe dizer aqui

que aos capitães progressistas

o povo deu o poder!

E se esse poder um dia

o quiser roubar alguém

não fica na burguesia

volta à barriga da mãe!

Volta à barriga da terra

que em boa hora o pariu

agora ninguém mais cerra

as portas que Abril abriu!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

CONVITE

Quem quiser aquecer no Domingo de manhã, encher o peito de ar e disfrutar de uma paisagem única, apareça na Batalha para uma volta pelo PNSAC, vai subir-se muito mas também podem disfrutar da adrenalina nas descidas.
O empeno é garantido.
Ponto de encontro  8h45 min. sem atrasos em frente à Caixa Geral de Depósitos da Batalha.

ps- Amanhã podem ver a prova de abertura da temporada realizada a semana passada, o Duatlo das Lezirias sintonize a RTP2 programa Desporto 2 a partir das 16h45 m (estes horários às vezes são trocados estejam atentos durante a tarde )

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ÚLTIMOS DIAS

Os últimos dias serviram para definitivamente arrumar com a questão logistica dos dois grandes objectivos traçados para o ano de 2010.
A familia já tem onde ficar, as viagens estão reservadas e a inscrição para Copenhaga efectuada, como diz o outro agora não há volta a dar.
Como tal resta-me focalizar no muito que tenho de treinar para conseguir alcançar as metas a que me propus.
Sinto-me motivado pois evolui bastante tanto na corrida como na natação, apesar de continuar a ser um coxo.
Sei onde quero chegar e raramente desisto de uma meta que tenha estabelecido.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

DUATLO DAS LEZIRIAS

O dia começou bem cedo, depois de uma noite mal dormida e um dia anterior passado em idas constantes à casa de banho, fruto de uma gemada matinal que resultou num grande desaranjo indestinal.
No entanto nada que uma canjinha de arroz no final do dia e um pó de talco para a assadura não resolvessem.
A vontade de competir era mais que muita, e chegado à Leziria Grande, o ambiente era de festa, com uma enorme estrutura montada, montes de pessoal e novas equipas.
Os momentos que antecedem as provas são sempre magnificos aquela adrenalina, as trocas de palavras com os outros atletas, e de repente soa a buzina e lançam-se 600 atletas com o objectivo de chegar o mais rapidamente à tão desejada meta.
Uma sugestão para o futuro, à semelhança do que já acontece em algumas provas de BTT, penso na partida devia haver uma zona reservada a atletas federados e outra a não federados com o crescente número de atletas em prova esta é uma medida que precisa de ser tomada para bem da competição.
Em relação à prova arranquei num ritmo que me permitisse ter forças para puxar no segmento de BTT, nunca forcei o andamento terminando este segmento com um parcial de 23´11´´ na 86ª posição, fiz uma transição rápida e consegui formar um grupo onde houve colaboração tendo passado mais de 20 atletas, passado algum tempo o meu colega Joel veio de trás com um grupo formando-se um mini-pelotão, infelizmente teve um furo que o impossibilitou de ter uma boa prestação (melhores dias virão).
Entrei na última corrida um pouco desgastado tendo perdido algumas posições recuperadas no BTT, no final fiquei na 64ª posição com um tempo total de 1h28m34s, a equipa do Peniche bateu-se bem e terminou no 15º.
No final a festa do costume numa zona de meta bastante animada, sem dúvida um dos melhores Duatlos que se realizam no País.
Acho que estou no bom caminho um agradecimento especial ao Alexandre que me tem ajudado a evoluir muito.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

BOM, BONITO E BARATO

Sempre que posso tento encontrar esta conjugação de factores que são raros nos dias de hoje.
Há muito tempo que namorava este quadro e desde que experimentei fazer uma Maratona de BTT com ele, bem agreste por sinal fiquei rendido ao comportamento da maquina.

a foto está com o material com que vem equipada de origem.
VAN NICHOLAS ZION
Tive agora a oportunidade de trocar o meu velhinho TREK 9.9 e não hesitei em mudar-me para o Titânio, mantive as minhas rodas XTR , transmissão e travões XT e a suspensão FOX  TERRALOGIC que por sinal fica a matar no quadro.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Venham as Lezirias

Está tudo preparado para a primeira prova da época disputada no Continente e as novidades são mais que muitas.
Tradicionalmente a primeira prova das últimas temporadas tem-se realizado no Jamor e tem sido uma grande Festa, que traz muita gente nova para a nossa modalidade, este ano vão ser as Lezirias a abrir a temporada, este Duatlo inserido na estreante Taça Porterra  promete muita competitividade com as principais figuras do Duatlo Nacional a marcarem presença caso de Sergio Silva e Lino Barruncho e outros grandes valores como Luis Almeida, Alcino Serras e os Campeões de BTT XCM, Marco Sousa e Luis Leão Pinto.
Muitas equipas novas com grandes valores prometem uma Taça muito competitiva e a subida do nível competitivo está garantida, vamos ver se o Olimpico de Oeiras consegue manter a supremacia alcançada nos últimos anos são muitas as equipas que prometem um ataque ao Lider, o Alhandra com a sua juventude surge na primeira linha, o Camarnal continua com excelentes valores tal como o TriOeste  o Sporting e a Amiciclo mas existem equipas novas com excelentes atletas, caso dos Águias de Alpiarça o Fundão e a AAC e claro os moços marafados do All Garve por quem tenho especial estima, acredito que o Louletano vai  estar na luta pelo Top 5.
Depois vem o outro Campeonato onde se insere a minha equipa o Peniche AC, que surge com dois bons reforços para os Duatlos o Nelson e o Joel, podem estar certos que vamos estar na luta até ao fim.
Parafraseando o meu amigo David " Comecem os Jogos ".
Até Domingo nas Lezirias.