quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ECOS DO EMBRUNMAN

O meu companheiro de jornada Chuva Vasco ( podem ver o seu relato, fotos e video da prova através deste link http://ironvasco.blogspot.com/2011/08/embrunman-2011.html ) falou-me deste video fui ver e de facto retrata com bastante realismo o ambiente que se vive no EMBRUNMAN, não só na perspectiva do atleta mas dos acompanhantes e do público anónimo, captando com bastante rigor o ambiente que se respira ali.

Aproveito ainda para deixar o eco da nossa participação publicado no site trinews- noticias do Triatlo / Duatlo Português

Embrunman contado pelos atletas


A TriNews deixou o repto aos atletas Portugueses que participaram no Embrunman (um dos triatlos mais duros) de contar a sua participação. Como base tinham algumas perguntas, tais como, como tinha sido a experiência e a preparação e se a prova era recomendada.

Paulo Sequeira, mais conhecido por "Sica":

Em relação ao EmbrunMan considero a prova mais marcante em que participei, destaco o profissionalismo da organização com centenas de voluntários a apoiarem os atletas em todos os aspectos e a envolvência do público com milhares de pessoas no Lago e na estrada a apoiarem os Triatletas.

O inicio da prova ainda de noite é fantástico logo aí nos apercebemos do impacto mediático da prova, com centenas de flashes dos jornalistas presentes e um enorme burburinho do público que se encontra presente no plano de água. Cerca mil atletas lançam-se à água e têm de se orientar através de luzes que se encontram junto às boias, o segmento de natação é composto por 2 voltas e durante a primeira volta nadamos na completa escuridão, existem dezenas de canoas na água a controlar/apoiar os triatletas.

O segmento de ciclismo é o que torna esta prova única e uma das mais exigentes no panorama da Longa distância mundial, um desnivel acumulado de 3.600 mts em 188 kms, leva os atletas pelos Alpes sempre acompanhados por paisagens magnificas que estamos habituados a ver no Tour. O momento alto é por volta do km 98 com a ascenção aos 2360 mts do Col D´izoard, é impressionante a quantidade de público presente ao longo da estrada a apoiar os Triatletas.

A maratona é feita em 2 voltas à volta de Embrun, sempre com imenso público que se mantém no percurso até à chegada dos últimos atletas, nesta altura vê-se muitos atletas em sofrimento e os momentos de emoção são brutais.

O cruzar a linha de meta é uma sensação de realização pessoal e ao mesmo tempo de partilha com todos aqueles que nos apoiaram na longa preparação que exige uma prova com este grau de exigência fisica e psicológica.

O Embrunman é uma prova que recomendo a todos aqueles que queiram partir para um novo desafio. Para a realização da prova fui incrementando o volume de treino nos últimos meses, atingindo um máximo de 20 horas de treino semanal que tinha de coordenar com a vida familiar e profissional. Uma semana tipica de treino tem 3 a 4 sessões de ciclismo com 2 sessões longas ao fim de semana, 4 a 5 sessões de corrida com um treino longo a meio da semana e 3 a 4 sessões de natação. No planeamento do treino conto com a ajuda do Alexandre Feliz que tem sido essencial conjuntamente com o apoio familiar para conseguir atingir os desafios a que me tenho proposto, de resto quando me perguntam porquê? Encolho os ombros e respondo "a culpa é da vontade que vive dentro de mim".

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Chuva Vasco:

A experiência de fazer o Embrunman é única. Quando estive presente na edição do ano passado não me tinha apercebido da grandeza da prova. Em 2010 a prova perdeu algum brilho, porque o tempo não estava bom: o frio, a chuva e o vento eram uma constante e assustaram muita gente que fruía o espectáculo. Este ano foi diferente, a temperatura estava agradável, rondando os 28ºC, o que permitiu elevar a prova ao seu mais alto nível.Participar numa prova onde o esplendor da paisagem reina, faz-nos esquecer qualquer sofrimento que nos possa assolar. Embrun é uma pequena cidade no seio dos Alpes Franceses, onde toda a gente se conhece, é portanto fácil perceber que o dia 15 de Agosto é um grande dia para aquela localidade. É muito frequente ver nos estabelecimentos, cartazes dizendo: «este estabelecimento apoia o Embrunman», já para não falar da publicidade espalhada e de alguns restaurantes abrirem de madrugada para servir massa aos atletas.
Relativamente à prova, consegui subtrair 25 minutos ao tempo do ano passado, o que foi muito bom dadas as circunstâncias de ter menos de 3 meses de treino e alguns percalços físicos na preparação. A natação correu melhor do que esperava, o segundo segmento também se desenrolou bem, mas com menos à vontade nas subidas que no ano passado, percebi então, que menos de 3 meses de treino pode não ser entrave à realização de uma prova deste género, mas é substancialmente pouco para poder rolar mais folgadamente. Já o segmento de corrida, aquele em que estava melhor preparado, foi muito semelhante ao do ano passado. Antes da prova e até aos 21 kms, estava convicto de que iria baixar substancialmente o meu tempo, porém, tal não aconteceu. Também aqui percebi que a bicicleta me tinha desgastado mais do que parecia.
Cortar a meta ao fim de 13 horas de esforço e sacrifício é uma recompensa única e simplesmente fantástica, muito diferente daquilo que senti no Ironcat. Sendo um desconhecedor do mundo dos Ironmans, atrevo-me a dizer que Embrunman é possivelmente, em todos os contextos, o superlativo dos Ironmans.Quando terminei o Embrunman em 2010, marquei logo vontade de participar na edição deste ano, acontece porém, que em Fevereiro empreendi o objectivo de fazer a ultramaratona de 102 kms, “Oh Meu Deus”, na Serra da Estrela. Os treinos para esta prova foram psicologicamente desgastante, o que me levou a perder a vontade de voltar a Embrun. Para me convencer a voltar, muito contribuíram as insistências do Jordão Alves, que também tinha uma forte vontade de se estrear na distância. Estive reticente quase até ao último momento, sobretudo porque cada vez que me sentia mais motivado, havia algo que me importunava: duas lesões no joelho em períodos distintos periclitavam o meu desejo.

Com esta prova percebi que não é necessário muitos meses de treino para a terminar, mas evidentemente se quisermos obter bons resultados, não bastará muitos meses de treino, mas sim muita especificidade.
Esta prova é altamente recomendável. Vão a Embrun e tenham o prazer de desfrutar de uma das mais belas provas do calendário mundial de Ironmans.

Embrunman é bom por todas as razões, entre outros predicados, destaco as soberbas paisagens, o acolhimento dos residentes, o entusiástico público sempre a dar ânimo e conforto, e um belíssimo local de turismo onde se tem à disposição várias actividades, sejam elas em terra, na água ou no ar.




1 comentário:

Anónimo disse...

Pára Paulo Sica!

Estás proibido de me aguçar ainda mais o apetite. Porque, infelizmente, ainda não tenho dinheiro de parte para uma aventura magnífica como a que tu, o Jordão e o Nuno completaram.

Um abraço,

TriPP