sexta-feira, 23 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
TRIATLO PORTUGUÊS DE PARABÉNS, JOÃO SILVA VENCE EM YOKOHAMA
Esta foi uma madrugada mágica para o triatlo Português, marcou o regresso da nossa Campeã Vanessa aos grandes palcos internacionais e a primeira vitória numa prova do Campeonato do Mundo do João Silva e ainda um 17º lugar para o João Pereira.
Hoje o hino que se ouviu em Yokohama, foi Português, obrigado João, estamos orgulhosos do teu feito.
Hoje o hino que se ouviu em Yokohama, foi Português, obrigado João, estamos orgulhosos do teu feito.
2 em 1
Hoje regressei à competição, após o Embrunman não sabia o que poderia esperar.
O corpo rapidamente se adapta à menor carga e num mês engordei 4 kg apesar de estar a treinar com maior intensidade o menor volume fez-se sentir
Como tal encarei a última etapa de apuramento para a final do campeonato nacional como um "vamos ver no que dá", e não é que deu não só a qualificação para a grande final como o brinde de atingir mais um dos objectivos da época e terminar o meu primeiro Olimpico abaixo das 2 h e 10 m , fazendo o meu melhor parcial de corrida (10 kms) em 38´36´´.
Gostei bastante da prova e seria excelente que Lisboa se mantivesse no Calendário do Triatlo Português por muitos e bons anos.
Na próxima semana o Peniche vai tentar consolidar a sua prestação na Taça Porterra e espero contribuir para esse objectivo, daqui a 15 dias vou ter o prazer de competir directamente com todos os grandes nomes do Triatlo Nacional.
Um abraço e bons treinos
O corpo rapidamente se adapta à menor carga e num mês engordei 4 kg apesar de estar a treinar com maior intensidade o menor volume fez-se sentir
Como tal encarei a última etapa de apuramento para a final do campeonato nacional como um "vamos ver no que dá", e não é que deu não só a qualificação para a grande final como o brinde de atingir mais um dos objectivos da época e terminar o meu primeiro Olimpico abaixo das 2 h e 10 m , fazendo o meu melhor parcial de corrida (10 kms) em 38´36´´.
Gostei bastante da prova e seria excelente que Lisboa se mantivesse no Calendário do Triatlo Português por muitos e bons anos.
Na próxima semana o Peniche vai tentar consolidar a sua prestação na Taça Porterra e espero contribuir para esse objectivo, daqui a 15 dias vou ter o prazer de competir directamente com todos os grandes nomes do Triatlo Nacional.
Um abraço e bons treinos
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
ECOS DO EMBRUNMAN
O meu companheiro de jornada Chuva Vasco ( podem ver o seu relato, fotos e video da prova através deste link http://ironvasco.blogspot.com/2011/08/embrunman-2011.html ) falou-me deste video fui ver e de facto retrata com bastante realismo o ambiente que se vive no EMBRUNMAN, não só na perspectiva do atleta mas dos acompanhantes e do público anónimo, captando com bastante rigor o ambiente que se respira ali.
Aproveito ainda para deixar o eco da nossa participação publicado no site trinews- noticias do Triatlo / Duatlo Português
Embrunman contado pelos atletas
A TriNews deixou o repto aos atletas Portugueses que participaram no Embrunman (um dos triatlos mais duros) de contar a sua participação. Como base tinham algumas perguntas, tais como, como tinha sido a experiência e a preparação e se a prova era recomendada.
Paulo Sequeira, mais conhecido por "Sica":
Em relação ao EmbrunMan considero a prova mais marcante em que participei, destaco o profissionalismo da organização com centenas de voluntários a apoiarem os atletas em todos os aspectos e a envolvência do público com milhares de pessoas no Lago e na estrada a apoiarem os Triatletas.
O inicio da prova ainda de noite é fantástico logo aí nos apercebemos do impacto mediático da prova, com centenas de flashes dos jornalistas presentes e um enorme burburinho do público que se encontra presente no plano de água. Cerca mil atletas lançam-se à água e têm de se orientar através de luzes que se encontram junto às boias, o segmento de natação é composto por 2 voltas e durante a primeira volta nadamos na completa escuridão, existem dezenas de canoas na água a controlar/apoiar os triatletas.
O segmento de ciclismo é o que torna esta prova única e uma das mais exigentes no panorama da Longa distância mundial, um desnivel acumulado de 3.600 mts em 188 kms, leva os atletas pelos Alpes sempre acompanhados por paisagens magnificas que estamos habituados a ver no Tour. O momento alto é por volta do km 98 com a ascenção aos 2360 mts do Col D´izoard, é impressionante a quantidade de público presente ao longo da estrada a apoiar os Triatletas.
A maratona é feita em 2 voltas à volta de Embrun, sempre com imenso público que se mantém no percurso até à chegada dos últimos atletas, nesta altura vê-se muitos atletas em sofrimento e os momentos de emoção são brutais.
O cruzar a linha de meta é uma sensação de realização pessoal e ao mesmo tempo de partilha com todos aqueles que nos apoiaram na longa preparação que exige uma prova com este grau de exigência fisica e psicológica.
O Embrunman é uma prova que recomendo a todos aqueles que queiram partir para um novo desafio. Para a realização da prova fui incrementando o volume de treino nos últimos meses, atingindo um máximo de 20 horas de treino semanal que tinha de coordenar com a vida familiar e profissional. Uma semana tipica de treino tem 3 a 4 sessões de ciclismo com 2 sessões longas ao fim de semana, 4 a 5 sessões de corrida com um treino longo a meio da semana e 3 a 4 sessões de natação. No planeamento do treino conto com a ajuda do Alexandre Feliz que tem sido essencial conjuntamente com o apoio familiar para conseguir atingir os desafios a que me tenho proposto, de resto quando me perguntam porquê? Encolho os ombros e respondo "a culpa é da vontade que vive dentro de mim".
-------------------------------------------------------------------------------
Chuva Vasco:
A experiência de fazer o Embrunman é única. Quando estive presente na edição do ano passado não me tinha apercebido da grandeza da prova. Em 2010 a prova perdeu algum brilho, porque o tempo não estava bom: o frio, a chuva e o vento eram uma constante e assustaram muita gente que fruía o espectáculo. Este ano foi diferente, a temperatura estava agradável, rondando os 28ºC, o que permitiu elevar a prova ao seu mais alto nível.Participar numa prova onde o esplendor da paisagem reina, faz-nos esquecer qualquer sofrimento que nos possa assolar. Embrun é uma pequena cidade no seio dos Alpes Franceses, onde toda a gente se conhece, é portanto fácil perceber que o dia 15 de Agosto é um grande dia para aquela localidade. É muito frequente ver nos estabelecimentos, cartazes dizendo: «este estabelecimento apoia o Embrunman», já para não falar da publicidade espalhada e de alguns restaurantes abrirem de madrugada para servir massa aos atletas.
Relativamente à prova, consegui subtrair 25 minutos ao tempo do ano passado, o que foi muito bom dadas as circunstâncias de ter menos de 3 meses de treino e alguns percalços físicos na preparação. A natação correu melhor do que esperava, o segundo segmento também se desenrolou bem, mas com menos à vontade nas subidas que no ano passado, percebi então, que menos de 3 meses de treino pode não ser entrave à realização de uma prova deste género, mas é substancialmente pouco para poder rolar mais folgadamente. Já o segmento de corrida, aquele em que estava melhor preparado, foi muito semelhante ao do ano passado. Antes da prova e até aos 21 kms, estava convicto de que iria baixar substancialmente o meu tempo, porém, tal não aconteceu. Também aqui percebi que a bicicleta me tinha desgastado mais do que parecia.
Cortar a meta ao fim de 13 horas de esforço e sacrifício é uma recompensa única e simplesmente fantástica, muito diferente daquilo que senti no Ironcat. Sendo um desconhecedor do mundo dos Ironmans, atrevo-me a dizer que Embrunman é possivelmente, em todos os contextos, o superlativo dos Ironmans.Quando terminei o Embrunman em 2010, marquei logo vontade de participar na edição deste ano, acontece porém, que em Fevereiro empreendi o objectivo de fazer a ultramaratona de 102 kms, “Oh Meu Deus”, na Serra da Estrela. Os treinos para esta prova foram psicologicamente desgastante, o que me levou a perder a vontade de voltar a Embrun. Para me convencer a voltar, muito contribuíram as insistências do Jordão Alves, que também tinha uma forte vontade de se estrear na distância. Estive reticente quase até ao último momento, sobretudo porque cada vez que me sentia mais motivado, havia algo que me importunava: duas lesões no joelho em períodos distintos periclitavam o meu desejo.
Com esta prova percebi que não é necessário muitos meses de treino para a terminar, mas evidentemente se quisermos obter bons resultados, não bastará muitos meses de treino, mas sim muita especificidade.
Esta prova é altamente recomendável. Vão a Embrun e tenham o prazer de desfrutar de uma das mais belas provas do calendário mundial de Ironmans.
Embrunman é bom por todas as razões, entre outros predicados, destaco as soberbas paisagens, o acolhimento dos residentes, o entusiástico público sempre a dar ânimo e conforto, e um belíssimo local de turismo onde se tem à disposição várias actividades, sejam elas em terra, na água ou no ar.
Aproveito ainda para deixar o eco da nossa participação publicado no site trinews- noticias do Triatlo / Duatlo Português
Embrunman contado pelos atletas
A TriNews deixou o repto aos atletas Portugueses que participaram no Embrunman (um dos triatlos mais duros) de contar a sua participação. Como base tinham algumas perguntas, tais como, como tinha sido a experiência e a preparação e se a prova era recomendada.
Paulo Sequeira, mais conhecido por "Sica":
Em relação ao EmbrunMan considero a prova mais marcante em que participei, destaco o profissionalismo da organização com centenas de voluntários a apoiarem os atletas em todos os aspectos e a envolvência do público com milhares de pessoas no Lago e na estrada a apoiarem os Triatletas.
O inicio da prova ainda de noite é fantástico logo aí nos apercebemos do impacto mediático da prova, com centenas de flashes dos jornalistas presentes e um enorme burburinho do público que se encontra presente no plano de água. Cerca mil atletas lançam-se à água e têm de se orientar através de luzes que se encontram junto às boias, o segmento de natação é composto por 2 voltas e durante a primeira volta nadamos na completa escuridão, existem dezenas de canoas na água a controlar/apoiar os triatletas.
O segmento de ciclismo é o que torna esta prova única e uma das mais exigentes no panorama da Longa distância mundial, um desnivel acumulado de 3.600 mts em 188 kms, leva os atletas pelos Alpes sempre acompanhados por paisagens magnificas que estamos habituados a ver no Tour. O momento alto é por volta do km 98 com a ascenção aos 2360 mts do Col D´izoard, é impressionante a quantidade de público presente ao longo da estrada a apoiar os Triatletas.
A maratona é feita em 2 voltas à volta de Embrun, sempre com imenso público que se mantém no percurso até à chegada dos últimos atletas, nesta altura vê-se muitos atletas em sofrimento e os momentos de emoção são brutais.
O cruzar a linha de meta é uma sensação de realização pessoal e ao mesmo tempo de partilha com todos aqueles que nos apoiaram na longa preparação que exige uma prova com este grau de exigência fisica e psicológica.
O Embrunman é uma prova que recomendo a todos aqueles que queiram partir para um novo desafio. Para a realização da prova fui incrementando o volume de treino nos últimos meses, atingindo um máximo de 20 horas de treino semanal que tinha de coordenar com a vida familiar e profissional. Uma semana tipica de treino tem 3 a 4 sessões de ciclismo com 2 sessões longas ao fim de semana, 4 a 5 sessões de corrida com um treino longo a meio da semana e 3 a 4 sessões de natação. No planeamento do treino conto com a ajuda do Alexandre Feliz que tem sido essencial conjuntamente com o apoio familiar para conseguir atingir os desafios a que me tenho proposto, de resto quando me perguntam porquê? Encolho os ombros e respondo "a culpa é da vontade que vive dentro de mim".
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Chuva Vasco:
A experiência de fazer o Embrunman é única. Quando estive presente na edição do ano passado não me tinha apercebido da grandeza da prova. Em 2010 a prova perdeu algum brilho, porque o tempo não estava bom: o frio, a chuva e o vento eram uma constante e assustaram muita gente que fruía o espectáculo. Este ano foi diferente, a temperatura estava agradável, rondando os 28ºC, o que permitiu elevar a prova ao seu mais alto nível.Participar numa prova onde o esplendor da paisagem reina, faz-nos esquecer qualquer sofrimento que nos possa assolar. Embrun é uma pequena cidade no seio dos Alpes Franceses, onde toda a gente se conhece, é portanto fácil perceber que o dia 15 de Agosto é um grande dia para aquela localidade. É muito frequente ver nos estabelecimentos, cartazes dizendo: «este estabelecimento apoia o Embrunman», já para não falar da publicidade espalhada e de alguns restaurantes abrirem de madrugada para servir massa aos atletas.
Relativamente à prova, consegui subtrair 25 minutos ao tempo do ano passado, o que foi muito bom dadas as circunstâncias de ter menos de 3 meses de treino e alguns percalços físicos na preparação. A natação correu melhor do que esperava, o segundo segmento também se desenrolou bem, mas com menos à vontade nas subidas que no ano passado, percebi então, que menos de 3 meses de treino pode não ser entrave à realização de uma prova deste género, mas é substancialmente pouco para poder rolar mais folgadamente. Já o segmento de corrida, aquele em que estava melhor preparado, foi muito semelhante ao do ano passado. Antes da prova e até aos 21 kms, estava convicto de que iria baixar substancialmente o meu tempo, porém, tal não aconteceu. Também aqui percebi que a bicicleta me tinha desgastado mais do que parecia.
Cortar a meta ao fim de 13 horas de esforço e sacrifício é uma recompensa única e simplesmente fantástica, muito diferente daquilo que senti no Ironcat. Sendo um desconhecedor do mundo dos Ironmans, atrevo-me a dizer que Embrunman é possivelmente, em todos os contextos, o superlativo dos Ironmans.Quando terminei o Embrunman em 2010, marquei logo vontade de participar na edição deste ano, acontece porém, que em Fevereiro empreendi o objectivo de fazer a ultramaratona de 102 kms, “Oh Meu Deus”, na Serra da Estrela. Os treinos para esta prova foram psicologicamente desgastante, o que me levou a perder a vontade de voltar a Embrun. Para me convencer a voltar, muito contribuíram as insistências do Jordão Alves, que também tinha uma forte vontade de se estrear na distância. Estive reticente quase até ao último momento, sobretudo porque cada vez que me sentia mais motivado, havia algo que me importunava: duas lesões no joelho em períodos distintos periclitavam o meu desejo.
Com esta prova percebi que não é necessário muitos meses de treino para a terminar, mas evidentemente se quisermos obter bons resultados, não bastará muitos meses de treino, mas sim muita especificidade.
Esta prova é altamente recomendável. Vão a Embrun e tenham o prazer de desfrutar de uma das mais belas provas do calendário mundial de Ironmans.
Embrunman é bom por todas as razões, entre outros predicados, destaco as soberbas paisagens, o acolhimento dos residentes, o entusiástico público sempre a dar ânimo e conforto, e um belíssimo local de turismo onde se tem à disposição várias actividades, sejam elas em terra, na água ou no ar.
sábado, 27 de agosto de 2011
EMBRUNMAN - FOTOS
Para mais tarde recordar uma jornada memorável, começou com o Embrunman, passou pelo Galibier e Alpe D´huez e acabou no Mont Blanc.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
EMBRUNMAN 2011 - RELATO
Qualquer adjectivo para classificar esta prova fica aquém das emoções sentidas ao cruzar aquela linha de meta.
O Embrunman é um mito na longa distância uma das provas mais antigas do calendário internacional e com muitas histórias de sucessos, desistências mas acima de tudo de superação.
Quando se diz que o Triatlo é mais que um desporto e aproxima-se muito de um estilo de vida esta prova encarna isso mesmo os atletas preparam-se durante muitos meses para o grande dia, nos dias que antecedem a prova é fácil identificar quem vai partir para o desafio, todos estão bastante magros e com um brilho nos olhos, uma chama de vontade que os vai fazer ultrapassar qualquer obstáculo que se interponha entre nós e aquela linha de meta.
A grande maioria aproveita a ocasião para fazer Triturismo com a familia de forma a comungar naquele dia, lembrando toda a preparação e compreensão necessária para estarmos ali juntos, a cruzar aquela meta.
Embrun, é uma cidade incrustada nos Altos Alpes, tem uma paisagem avassaladora com um imenso plano de água rodeado de altas montanhas este é o cenário para esta desafiante prova, a cidade tem uma dinâmica muito interessante onde o turismo na sua vertente de natureza (bicicleta, ski, montanhismo e desportos naúticos) se cruza com a parte agricola e pecuária, fazendo com que o centro pedonal se mantenha sempre com uma agitação multilingue deveras interessante.
Os dias que antecederam a prova foram passados a relaxar com a familia, com pequenos treinos de forma a manter o motor em "relantim", no dia anterior o briefing juntou muitos atletas, num espaço onde se respirava triatlo, um enorme ecrã gigante ia mostrando imagens das edições anteriores, uma feira com bastantes expositores, música ambiente e uma esplanada criavam um ambiente acolhedor. No palco ainda antes das últimas explicações para a grande prova foram distribuidos os prémios para os triatletas mais novos que nessa manhã fizeram as suas provas, reunindo assim toda a familia do Triatlo naquele espaço.
O grande dia começou bem cedo praticamente não "preguei" olho como é habitual na noite que antecede grandes desafios e às 3.00 da manhã estava de pé , todos juntos descemos do alto dos 1800 mts da estação de Les Orres, noite cerrada rumo ao parque de transição que abria às 4.00 da manhã, o cenário era surrealista um enorme Parque repleto de bicicletas, atletas a fazerem o seu aquecimento no meio da noite e o público que em pouco tempo foi enchendo a zona de entrada na água. Após alguns minutos à conversa com o Jordão e o Chuva Vasco que se encontravam ao meu lado no Parque, fui "despedir-me" da familia e "aquecer" dentro de água, que curiosamente até estava com uma temperatura agradável, sai da água e dou por mim na primeira linha de partida, junto aos prós, de repente eram só flashs das máquinas dos muitos repórteres presentes é impressionante a cobertura mediática desta prova, através da Rádio, Televisão e Jornais.
Tiro de partida e aí vamos nós para dentro de água a seguirmos luzes, porque não se vê nada à nossa volta só sentimos uma enorme massa de braços e pernas, um enorme cardume larga a margem e segue em direcção a uma luz que se encontra lá longe, existem dezenas de canoas também com luzes de arbitros que vão controlando e apoiando os atletas, após a primeira volta começa a amanhecer e podemos ver o fundo do Lago onde enormes plantas criam um manto colorido que nos acompanha até à margem, o aquecimento estava feito, tinha passado uma hora e estava na altura de começar o segmento de bicicleta. À saida da água existia imenso público a "brindar" os atletas com palavras de apoio, ao passar pela familia não pude deixar de sorrir e erguer o polegar dando sinal que tudo estava a correr como planeado. Uma transição um pouco mais demorada que o habitual, havia necessidade de vestir um jersey, vamos lá então para esse "monstro" com 188 kms de distância e 3.600 mts de desnivel acumulado (segundo as más linguas são 5.000 mts). O inicio do ciclismo é algo de épico, centenas de pessoas rodeiam-nos literalmente nos primeiros kms a subir com palavras de incentivo e alguns com trajes que só estamos habituados a ver nos adeptos do Tour, é brutal de repente sentimos que estamos a participar numa prova de nivel verdadeiramente mundial.
A subida mantém-se durante 7 kms, depois uma primeira descida vertiginosa pouco depois alcanço o Jordão e mantemo-nos perto um do outro até perto do km 70, num percurso que alterna entre as subidas descidas e falsos planos até à enorme subida do Col D´Izoard que atingimos ao km 98, é um marco aí estava um saco com o abastecimento que quisessemos levar para o topo e estava a energia que eu necessitava para continuar aquele enorme desafio a minha familia, parei alguns minutos alimentei-me e abasteci-me para os restantes 90 kms e partilhei alguns momentos com a minha mulher e filhotes.
Depois vinha uma descida alucinante de praticamente 15 kms até à localidade de Briançon, onde apesar de atingir os 70 kms/h era passado por pessoal que devia vir a 90kms/h, nessa altura o Chuva Vasco alcançou-me e fomos "rolando" à vista até praticamente o km 170, pelo meio apanhámos uma "parede" com cerca de 2 kms com uma inclinação de alguns 14%, cerca do km 178 aproximamo-nos de Embrun, começamos a ouvir o speaker e até nos começamos a cruzar com os primeiros que já começaram a Maratona, mas aí vem o "Calvário" mais 6 kms a subir entre 8 e 10%, para finalmente descermos nos últimos 3 kms até ao Parque de transição (para além dos 188 kms ainda nos dão mais uns metros de bonificação).
Entro no Parque de transição e de imediato me vêm perguntar se quero massagens, epá eu querer queria mas é capaz de não ser boa ideia, acho que já não me levantava da "marquesa" e ainda tenho de fazer a Maratona", à saida do Parque vêm de novo perguntar-me se estou bem (penso para mim se calhar não deves estar com muito bom aspecto :-).
Inicio da Maratona o pulso está baixo e não consigo correr a mais de 6 min/km, segue, vamos ver como me sinto mais à frente, existe público ao longo de todo o percurso que vai incentivando os atletas, a organização distribui folhas A3, com os nºs de dorsal e nome dos participantes , pelo que é normal ouvires chamarem e puxarem pelo teu nome é um alento enorme para quem vai já com tantas horas de prova. Ao fim de 1 hora, 10 kms percorridos, não me doi nada mas não consigo forçar o ritmo, mais um pouco e estou a terminar a primeira volta, a familia está lá de novo a incentivar e a dar o apoio necessário para terminar o desafio, nesta altura cruzo-me com atletas que vão começar a primeira volta, andam e em alguns o rosto de sofrimento não esconde o quanto vai ser penoso terminarem a prova. O inicio da segunda volta mantém-se no mesmo ritmo, no entanto cada vez vou passando mais gente, existem muitos atletas a passarem mal, concentro-me na minha corrida cada vez está mais perto, vou-me hidratando e alimentando cada vez está mais perto a linha de meta, faltam 5 kms , 4 kms, 3 kms, já oiço o speaker imagino a minha familia a cruzar comigo a linha de meta eles estão ali à minha espera com a bandeira de Portugal personalizada (senti que estavam ali comigo), é o final de um enorme desafio não consigo deixar de me emocionar está feito, conseguimos, terminámos ao fim de 13 h 45 m o Embrunman.
Obrigado a todos pela partilha ao meu Treinador Alexandre Feliz, aos companheiros de jornada Jordão, Chuva Vasco e familias , ao meu Clube Peniche AC, à minha familia aos meus amigos da Genesse e a todos vós que vão acompanhando estes desafios.
Quero deixar-vos a todos um repto em 2013 voltamos a Embrun para a 30ª edição e era tremendo sermos uma enorme comitiva, venham partilhar deste meu sonho.
Ainda durante a semana conto actualizar este post com fotos da prova.
O Embrunman é um mito na longa distância uma das provas mais antigas do calendário internacional e com muitas histórias de sucessos, desistências mas acima de tudo de superação.
Quando se diz que o Triatlo é mais que um desporto e aproxima-se muito de um estilo de vida esta prova encarna isso mesmo os atletas preparam-se durante muitos meses para o grande dia, nos dias que antecedem a prova é fácil identificar quem vai partir para o desafio, todos estão bastante magros e com um brilho nos olhos, uma chama de vontade que os vai fazer ultrapassar qualquer obstáculo que se interponha entre nós e aquela linha de meta.
A grande maioria aproveita a ocasião para fazer Triturismo com a familia de forma a comungar naquele dia, lembrando toda a preparação e compreensão necessária para estarmos ali juntos, a cruzar aquela meta.
Embrun, é uma cidade incrustada nos Altos Alpes, tem uma paisagem avassaladora com um imenso plano de água rodeado de altas montanhas este é o cenário para esta desafiante prova, a cidade tem uma dinâmica muito interessante onde o turismo na sua vertente de natureza (bicicleta, ski, montanhismo e desportos naúticos) se cruza com a parte agricola e pecuária, fazendo com que o centro pedonal se mantenha sempre com uma agitação multilingue deveras interessante.
Os dias que antecederam a prova foram passados a relaxar com a familia, com pequenos treinos de forma a manter o motor em "relantim", no dia anterior o briefing juntou muitos atletas, num espaço onde se respirava triatlo, um enorme ecrã gigante ia mostrando imagens das edições anteriores, uma feira com bastantes expositores, música ambiente e uma esplanada criavam um ambiente acolhedor. No palco ainda antes das últimas explicações para a grande prova foram distribuidos os prémios para os triatletas mais novos que nessa manhã fizeram as suas provas, reunindo assim toda a familia do Triatlo naquele espaço.
O grande dia começou bem cedo praticamente não "preguei" olho como é habitual na noite que antecede grandes desafios e às 3.00 da manhã estava de pé , todos juntos descemos do alto dos 1800 mts da estação de Les Orres, noite cerrada rumo ao parque de transição que abria às 4.00 da manhã, o cenário era surrealista um enorme Parque repleto de bicicletas, atletas a fazerem o seu aquecimento no meio da noite e o público que em pouco tempo foi enchendo a zona de entrada na água. Após alguns minutos à conversa com o Jordão e o Chuva Vasco que se encontravam ao meu lado no Parque, fui "despedir-me" da familia e "aquecer" dentro de água, que curiosamente até estava com uma temperatura agradável, sai da água e dou por mim na primeira linha de partida, junto aos prós, de repente eram só flashs das máquinas dos muitos repórteres presentes é impressionante a cobertura mediática desta prova, através da Rádio, Televisão e Jornais.
Tiro de partida e aí vamos nós para dentro de água a seguirmos luzes, porque não se vê nada à nossa volta só sentimos uma enorme massa de braços e pernas, um enorme cardume larga a margem e segue em direcção a uma luz que se encontra lá longe, existem dezenas de canoas também com luzes de arbitros que vão controlando e apoiando os atletas, após a primeira volta começa a amanhecer e podemos ver o fundo do Lago onde enormes plantas criam um manto colorido que nos acompanha até à margem, o aquecimento estava feito, tinha passado uma hora e estava na altura de começar o segmento de bicicleta. À saida da água existia imenso público a "brindar" os atletas com palavras de apoio, ao passar pela familia não pude deixar de sorrir e erguer o polegar dando sinal que tudo estava a correr como planeado. Uma transição um pouco mais demorada que o habitual, havia necessidade de vestir um jersey, vamos lá então para esse "monstro" com 188 kms de distância e 3.600 mts de desnivel acumulado (segundo as más linguas são 5.000 mts). O inicio do ciclismo é algo de épico, centenas de pessoas rodeiam-nos literalmente nos primeiros kms a subir com palavras de incentivo e alguns com trajes que só estamos habituados a ver nos adeptos do Tour, é brutal de repente sentimos que estamos a participar numa prova de nivel verdadeiramente mundial.
A subida mantém-se durante 7 kms, depois uma primeira descida vertiginosa pouco depois alcanço o Jordão e mantemo-nos perto um do outro até perto do km 70, num percurso que alterna entre as subidas descidas e falsos planos até à enorme subida do Col D´Izoard que atingimos ao km 98, é um marco aí estava um saco com o abastecimento que quisessemos levar para o topo e estava a energia que eu necessitava para continuar aquele enorme desafio a minha familia, parei alguns minutos alimentei-me e abasteci-me para os restantes 90 kms e partilhei alguns momentos com a minha mulher e filhotes.
Depois vinha uma descida alucinante de praticamente 15 kms até à localidade de Briançon, onde apesar de atingir os 70 kms/h era passado por pessoal que devia vir a 90kms/h, nessa altura o Chuva Vasco alcançou-me e fomos "rolando" à vista até praticamente o km 170, pelo meio apanhámos uma "parede" com cerca de 2 kms com uma inclinação de alguns 14%, cerca do km 178 aproximamo-nos de Embrun, começamos a ouvir o speaker e até nos começamos a cruzar com os primeiros que já começaram a Maratona, mas aí vem o "Calvário" mais 6 kms a subir entre 8 e 10%, para finalmente descermos nos últimos 3 kms até ao Parque de transição (para além dos 188 kms ainda nos dão mais uns metros de bonificação).
Entro no Parque de transição e de imediato me vêm perguntar se quero massagens, epá eu querer queria mas é capaz de não ser boa ideia, acho que já não me levantava da "marquesa" e ainda tenho de fazer a Maratona", à saida do Parque vêm de novo perguntar-me se estou bem (penso para mim se calhar não deves estar com muito bom aspecto :-).
Inicio da Maratona o pulso está baixo e não consigo correr a mais de 6 min/km, segue, vamos ver como me sinto mais à frente, existe público ao longo de todo o percurso que vai incentivando os atletas, a organização distribui folhas A3, com os nºs de dorsal e nome dos participantes , pelo que é normal ouvires chamarem e puxarem pelo teu nome é um alento enorme para quem vai já com tantas horas de prova. Ao fim de 1 hora, 10 kms percorridos, não me doi nada mas não consigo forçar o ritmo, mais um pouco e estou a terminar a primeira volta, a familia está lá de novo a incentivar e a dar o apoio necessário para terminar o desafio, nesta altura cruzo-me com atletas que vão começar a primeira volta, andam e em alguns o rosto de sofrimento não esconde o quanto vai ser penoso terminarem a prova. O inicio da segunda volta mantém-se no mesmo ritmo, no entanto cada vez vou passando mais gente, existem muitos atletas a passarem mal, concentro-me na minha corrida cada vez está mais perto, vou-me hidratando e alimentando cada vez está mais perto a linha de meta, faltam 5 kms , 4 kms, 3 kms, já oiço o speaker imagino a minha familia a cruzar comigo a linha de meta eles estão ali à minha espera com a bandeira de Portugal personalizada (senti que estavam ali comigo), é o final de um enorme desafio não consigo deixar de me emocionar está feito, conseguimos, terminámos ao fim de 13 h 45 m o Embrunman.
Obrigado a todos pela partilha ao meu Treinador Alexandre Feliz, aos companheiros de jornada Jordão, Chuva Vasco e familias , ao meu Clube Peniche AC, à minha familia aos meus amigos da Genesse e a todos vós que vão acompanhando estes desafios.
Quero deixar-vos a todos um repto em 2013 voltamos a Embrun para a 30ª edição e era tremendo sermos uma enorme comitiva, venham partilhar deste meu sonho.
Ainda durante a semana conto actualizar este post com fotos da prova.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
VENHA DE LÁ ESSE EMBRUNMAN
Está feito o treino, nadei, pedalei e corri quase tanto como o Marco Polo :-) nas suas viagens, espero que seja o suficiente para terminar a próxima segunda-feira dia 15 de Agosto com um sorriso nos lábios.
Pelo que li , vi e ouvi a empreitada impõe respeito, deixo-vos aqui 3 links , um para o site da prova, outro onde podem acompanhar em directo os tempos de passagem e outro para um mapa com o desafiante percurso de ciclismo.
Conto com o vosso apoio vou correr com o dorsal 154 , num total de 984 atletas inscritos, nos momentos dificeis irei lembrar-me de todos vós para ir buscar a força necessária que me vai levar à meta.
http://www.embrunman.com/
http://results.racetectiming.com/LiveLB.aspx?CId=68&RId=47&EId=3
http://www.bikemap.net/route/110150#lat=44.64863&lng=6.5815&zoom=11&type=2
Pelo que li , vi e ouvi a empreitada impõe respeito, deixo-vos aqui 3 links , um para o site da prova, outro onde podem acompanhar em directo os tempos de passagem e outro para um mapa com o desafiante percurso de ciclismo.
Conto com o vosso apoio vou correr com o dorsal 154 , num total de 984 atletas inscritos, nos momentos dificeis irei lembrar-me de todos vós para ir buscar a força necessária que me vai levar à meta.
http://www.embrunman.com/
http://results.racetectiming.com/LiveLB.aspx?CId=68&RId=47&EId=3
http://www.bikemap.net/route/110150#lat=44.64863&lng=6.5815&zoom=11&type=2
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